Ser transgênero é normal é legal – Letícia Lanz
naval de 1808 já tinha homem vestido de mulher. Há alguns anos a revista VIP realizou uma enquete entrevistando um grande número de homens em várias capitais brasileiras, sobre questões referentes ao carnaval. Os resultados da enquete foram surpreendentes, apesar de não ser novidade o gosto ou o sonho de muitos homens por se vestirem de mulher no carnaval. Segundo os resultados da pesquisa feita com os leitores da dita revista, 3,5% dos entrevistados afirmou que gostam do carnaval justamente porque podem vestir-se de mulher, outros 2,6% dos entrevistados estar vestido de mulher já vale o carnaval dos sonhos e outros 3,2% dos entrevistados afirmam que o lugar mais divertido para pular carnaval é nos blocos em que os homens se vestem de mulher. Dos entrevistados 2,6% afirmaram que passaram os 4 dias de folia vestidos de mulher e outros 2,9% passaram a festa com outros homens vestidos de mulher e 1,4% dos entrevistados ainda vai mais longe e acreditam que eles próprios seriam excelentes rainhas da bateria. Resumindo a enquete, cerca 10% dos homens entrevistados passam ou gostariam de passar o carnaval vestidos de mulher. Sendo assim o democrático “Bloco do Boi” criou a pedidos a “Ala do Inverso” onde homens se vestem de mulher e vice-versa. Desde que se tem lembrança do carnaval esse fenômeno acontece no Brasil inteiro, homens que héteros e muito e outros nem tanto, se vestem de mulher e assumem um lado feminino, alegre e com desibinição, fazendo a festa com muita diversão. E vale prestar atenção, eles nunca usam uma roupa e uma maquiagem discreta ou elegante, na grande maioria das vezes assumem o papel de uma mulher volupiosa e vulgar com vestidos justos e sensuais, uma maquiagem pesada, batons muito vermelhos, seios grandes, decotes ousados, fendas e saltos altos, mesmo que se equilibrem com visível dificuldade. Homem vestido de mulher no carnaval é um fenômeno nacional, e eles formam blocos com os nomes mais apropriados: Bloco das Piranhas, Bloco do Galo, Bloco das Virgens, etc. Muitos psiquiatras e outros especialistas já tentaram explicar este fenômeno, mas não chegaram a um consenso. Entre tantas teorias vigentes a que tem mais adeptos é aquela que afirma que o carnaval é a oportunidade que os homens encontram de exorcizarem a fragilidade e afetividade reprimida no dia a dia, ou mesmo, soltar a franga. A maioria de nós simpatiza e se solidariza com o bando de homens que se vestem de mulher em nossas cidades.
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