Tempo
do "Lampião a Gás" e do "Bonde à Burro". Campinas
provínciaoferece banquetes memoráveis. No ano de 1905, em meio ao "Ouro do
Ciclo do Café", nascia o "Banda do Boi" ou melhor
"Sociedade Carnavalesca de Desportos e Football - SCDF", fundada por
Antônio Zingra e Armando Gomes. A "Banda do Boi" extinguiu-se com a
morte de seus criadores em Antônio Zingra (1938) e Armando Gomes (1944). Pouca
gente sabe mais depois do fim da Banda do Boi, Fausto Pires de Camargo filho de
(Armando Gomes) criou um bloco com alguns membros da Banda do Boi uma versão da
"Banda do Boi" em formato de bloco carnavalesco, são poucos os registros
da sua existencia. O Bloco atuou até 1948. Mas durou o suficiente para travar
humoradas disputas carnavalescas com o famoso Bloco Nem Sangue Nem Areia,
fundado por António Candido o "Tulé", em 1946 nesta época somente
"Sangue e Areia". Ambos incorporados ao folclore Campineiro, por
apresentarem a figura do Boi, lembrado nos folguedos folclóricos, que ocorrem
no Brasil de Norte a Sul. O Bloco do Boi era Folclorico e Teatral, além de
muito divertido. O mais original representante daquele periodo historico entre
matadouro, cortumes e cortiços, além dos intensos laços com as boiadas que
cruzavam as ruas da Vila Industrial em direção ao matadouro. Saia sempre na
"Terça Gorda"por volta das vinte e duas horas no último dia do
Carnaval, um alegre encerramento dos folguedos. Todos os foliões do Bloco
usavam mascaras grotescas e macabras; era raro ver um folião que não tivesse no
rosto uma máscara, e aqueles que não tivessem posse para tê-la, contentavam-se
em cobrir o rosto com algum lenço ou um pedaço de pano qualquer, desde que com
isto protegesse a sua identidade. A frente do Bloco "O Boi" para
abrir caminho, havia duas figuras de boi cobertos de panos pretos, dentro dos
quais dois individuos, faziam diabruras, provocando surtos e correrias entre
mulheres e crianças. Não faltavam os "cavalos e zebras de massa"
cobertas por longas mantas estilo medieval, com um grande orificio no lombo por
onde entravam os cavalheiros, tendo aos lados pernas postiças enfiadas nos
estribos, dando a ilusão perfeita de estarem cavalgando um animal verdadeiro.
Homens fantasiados de gorilas, Pierrot, Colombinas, Arlequins e Dominós eram
frequentes, uma verdadeira comedia "Dell Art". E logo atrás vinham,
dois gigantescos bonecos : um homem e uma mulher que se
"saracoteavam" acompanhando os tambores. A mulher levava o nome de
Catarina ou Maricota e o homem de Sebastião figuras da farça do boi, existe um
mundo imenso de mistério e poesia no nosso folclore, nas farças, nas lendas e
nas festanças. A parte teatral ficava por conta de seis homens de camisolões
brancos que carregavam um "Caixão Funebre" no seu interior um boneco
, representando o fim do Carnaval. O boneco era acionado por uma alavanca
invisivel, e este, de vez em quando, levantava a quase meio corpo e tornava a
cair. E a sinistra e bizarra banda uniformizada,à maneira militar Francesa, com
grande numero de executantes e variado instrumental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário