sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

BLOCO DO BOI FOLCLÓRICO E TEATRAL


 
Tempo do "Lampião a Gás" e do "Bonde à Burro". Campinas provínciaoferece banquetes memoráveis. No ano de 1905, em meio ao "Ouro do Ciclo do Café", nascia o "Banda do Boi" ou melhor "Sociedade Carnavalesca de Desportos e Football - SCDF", fundada por Antônio Zingra e Armando Gomes. A "Banda do Boi" extinguiu-se com a morte de seus criadores em Antônio Zingra (1938) e Armando Gomes (1944). Pouca gente sabe mais depois do fim da Banda do Boi, Fausto Pires de Camargo filho de (Armando Gomes) criou um bloco com alguns membros da Banda do Boi uma versão da "Banda do Boi" em formato de bloco carnavalesco, são poucos os registros da sua existencia. O Bloco atuou até 1948. Mas durou o suficiente para travar humoradas disputas carnavalescas com o famoso Bloco Nem Sangue Nem Areia, fundado por António Candido o "Tulé", em 1946 nesta época somente "Sangue e Areia". Ambos incorporados ao folclore Campineiro, por apresentarem a figura do Boi, lembrado nos folguedos folclóricos, que ocorrem no Brasil de Norte a Sul. O Bloco do Boi era Folclorico e Teatral, além de muito divertido. O mais original representante daquele periodo historico entre matadouro, cortumes e cortiços, além dos intensos laços com as boiadas que cruzavam as ruas da Vila Industrial em direção ao matadouro. Saia sempre na "Terça Gorda"por volta das vinte e duas horas no último dia do Carnaval, um alegre encerramento dos folguedos. Todos os foliões do Bloco usavam mascaras grotescas e macabras; era raro ver um folião que não tivesse no rosto uma máscara, e aqueles que não tivessem posse para tê-la, contentavam-se em cobrir o rosto com algum lenço ou um pedaço de pano qualquer, desde que com isto protegesse a sua identidade. A frente do Bloco "O Boi" para abrir caminho, havia duas figuras de boi cobertos de panos pretos, dentro dos quais dois individuos, faziam diabruras, provocando surtos e correrias entre mulheres e crianças. Não faltavam os "cavalos e zebras de massa" cobertas por longas mantas estilo medieval, com um grande orificio no lombo por onde entravam os cavalheiros, tendo aos lados pernas postiças enfiadas nos estribos, dando a ilusão perfeita de estarem cavalgando um animal verdadeiro. Homens fantasiados de gorilas, Pierrot, Colombinas, Arlequins e Dominós eram frequentes, uma verdadeira comedia "Dell Art". E logo atrás vinham, dois gigantescos bonecos : um homem e uma mulher que se "saracoteavam" acompanhando os tambores. A mulher levava o nome de Catarina ou Maricota e o homem de Sebastião figuras da farça do boi, existe um mundo imenso de mistério e poesia no nosso folclore, nas farças, nas lendas e nas festanças. A parte teatral ficava por conta de seis homens de camisolões brancos que carregavam um "Caixão Funebre" no seu interior um boneco , representando o fim do Carnaval. O boneco era acionado por uma alavanca invisivel, e este, de vez em quando, levantava a quase meio corpo e tornava a cair. E a sinistra e bizarra banda uniformizada,à maneira militar Francesa, com grande numero de executantes e variado instrumental.

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